sábado, março 31, 2007

Em poucas palavras.

Ultimamente notei que estou com uma certa dificuldade em lembrar alguns termos em português. As conversas em português são tão raras que já começo a achar mais fácil pensar determinadas coisas em inglês ou mesmo em japonês.
Para ser sincero, tenho usado muito mais inglês no dia a dia. A maioria aqui no dormitório se comunica em inglês na maior parte do tempo, o que faz com que as únicas oportunidades de praticar o japonês sejam quando eu saio (o que não acontece muito) ou durante as aulas. Dai já se pode medir o estrago que essas ferias prolongadas fizeram no meu aprendizado.

Recentemente chegaram novos estudantes aqui no dormitório. Imaginei que a turma seria tão heterogênea quanto a que veio comigo em Setembro do ano passado, mas me enganei. São cerca de vinte novos estudantes e exceto por um alemão são todos daqui de perto, com uma maioria esmagadora de chineses. O que vem a ser uma boa oportunidade para treinar o meu japonês, visto que a maioria deles fala muito mais em japonês do que em inglês.
Por outro lado, sinto que não haja estudantes de outras partes do mundo também. E' sempre divertido tentar aprender algumas palavras em hindi, outras em árabe, ou em momentos de selvagem inconseqüência tentar frases inteiras em Italiano.
Não que essas pequenas incursões lingüísticas me permitam expressar algo que faça realmente algum sentido...vale mais pela brincadeira.

Aliás, o número de línguas que alguém fala é sempre algo digno de nota. Falar duas ou três línguas causa burburinhos de admiração, enquanto que ser fluente em mais de 4 eh algo equivalente a ter super-poderes.
Imagino Superman em umas das muitas auto-apresentações que temos que fazer aqui no Japão:
"Hajimemashite! Meu nome é Kal-el, venho de Krypton... meus hobbies são apostar corrida com locomotivas e saltar por sobre os prédios mais altos, embora voar sobre eles seja bem mais fácil..."
Murmúrios moderados de aprovação por toda a platéia, ao que o homem-de-aço finaliza:
"... e sou fluente em chinês, inglês, alemão, swahili, francês, japonês e 'arranho' um pouco de Venusiano."
A platéia vai ao delírio.

quarta-feira, março 21, 2007

Hiroshima e Miyajima

Após chegar a estação de Hiroshima, peguei o ônibus para o Hostel no qual passei a noite. O nome do lugar é: Hiroshima Youth Hostel.
mencionado Com o mapa não foi difícil de encontrar o prédio, embora fique um tanto longe da estação e do centro da cidade de modo que tive que pegar o já ônibus e ainda caminhar alguns minutos morro acima para alcancar o hostel.
Paguei pouco menos que 2000 ienes; com banho, aquecimento e chá com bolinhos no café da manha inclusos. Um dos hostels mais em conta que encontrei até agora.



Antes de visitar Hiroshima em si, peguei um trem para Miyajima:



De lá, pega-se um barco para a ilha na qual fica o famoso Torii "flutuante".
Aparentemente o barco faz parte da rede JR, de modo que aqueles que tenham um dos muitos passes que a empresa vende podem usar o serviço direto.



O Torii fica plantado em frente ao porto de Itsukushima e só aparenta estar flutuando quando a maré não esta muito baixa.




Como a visita a ilha levou a manha toda o plano era voltar para Hiroshima, comer alguma coisa, e visitar os pontos mais importantes.
Na volta , ao invés do trem peguei um bonde que para bem perto do "Peace Memorial Park".

Um dos símbolos mais conhecidos de Hiroshima é o "A-Bomb Dome"; uma das poucas construçoes que permaneceram de pé após a bomba atômica ter explodido a algumas centenas de metros acima do local onde agora fica o parque.

Abaixo algumas fotos que tirei:


A-Bomb Dome



Monumento com receptáculos nos quais são guardados os milhares de Tsurus feitos anualmente por pessoas dos mais diversos lugares.



O Cenotáfio: no centro há uma chama que so será apagada quando a ultima bomba atômica for destruída. Ao fundo pode-se ver o "Hiroshima Peace Memorial Museum".
O passeio no museu leva varias horas, tendo consumido a maior parte da tarde.
Não é permitido tirar fotos dentro do museu, por isso não tenho imagens dessa parte do passeio para postar.
A entrada custa simbólicos 50 ienes, e embora seja um tanto triste é um ponto que não se pode deixar de visitar em Hiroshima.



A ponte Aioi, considerada o alvo da bomba.




Castelo de Hiroshima.

Sem muito tempo sobrando não pude ver o castelo por dentro, tive então que me contentar com uma foto do lado de fora.
Voltando para a estação comi alguma coisa no caminho e comprei mantimentos para a viagem de volta (foram 12 horas de ônibus!).



A viagem até que foi tranqüila, como comprei um par de plugs de ouvido pude tirar alguns cochilos esporádicos sem que os motores do ônibus (plural... me recuso a acreditar que um único motor possa fazer tanto barulho) me acordassem a cada quinze minutos.

Chegando em Shinjuku no dia seguinte ainda tive que enfrentar mais uma meia hora de metro até o dormitório.
Mas para quem vive em Tokyo, pegar metro é algo tão natural que se consegue fazer até dormindo... literalmente. :)

And here is the full album.

13-2-2007

quarta-feira, março 14, 2007

De Himeji a Hiroshima

Após visitar Kyoto, Osaka e Nara dei um pulo em Himeji para conhecer o castelo que, dentre os vários que visitei por aqui, é o melhor de todos com larga vantagem.
A maioria dos outros castelos, como o de Osaka por exemplo, foram completamente reformado de modo que pouco restou de original.
Em geral, o interior é transformado em um museu com várias apresentações, vídeos e maquetes. O que é muito interessante, mas que em nada lembra como o castelo realmente costumava ser.
Com o Castelo de Himeji não foi assim. Por dentro ele é todo como na época em que foi construído. Todas as estruturas de madeira, desde os pilares até as difíceis escadas da torre principal passam a sensação de que pouco do espírito do local foi distorcido pelo tempo. As muralhas de rocha sólida e as ameias cercando o terreno dão a certeza de que mesmo hoje um ataque ao castelo seria uma empreitada difícil.

Chegando à estação, coloquei minha mala em um locker e parti rumo ao castelo.



Não tem muito o que errar... a torre principal pode ser vista de muito longe, e ligando o ponto turístico à estação há uma avenida larga em linha reta que dispensa o uso de mapas.

A entrada custou 600 ienes, e creio que haja guias tanto em japonês quanto em inglês. Eu preferi passear por conta própria.





Pelas fotos pode-se ver como o interior foi preservado.



Os inúmeros buracos ao longo das paredes serviam para jogar coisas em possíveis atacantes que por ventura tivessem a péssima ideia de subir a colina e escalar as paredes externas.

More of the Castle can be seen at this album:

12-2-2007


Logo depois voltei para a estação de Himeji, e por volta das 2 da tarde peguei o trem local em direção a Hiroshima.
A viagem levou pouco mais de 4 horas e tive que trocar algumas vezes de trem. Mas esse é o preço por optar pelo mais barato.
O passeio de trem até que foi tranquilo; com musica e alguns livros o tempo passa rapido. :)

Cheguei em Hiroshima pouco antes das sete...



...e parti imediatamente para o Youth hostel no qual havia feito reserva no dia anterior. (coisa que só se pode fazer quando fora de temporada :)
Como eu estava exausto pelo dia corrido, tomei um banho e fui direto pra cama.



No próximo post eu falo mais sobre o Hostel, Hiroshima, Miajima e minha volta para Tokyo.

sexta-feira, março 02, 2007

Kyoto+Nara

Estou um tanto lento em postar o resto da minha visita a Kansai pois tenho brigado com os álbuns para as fotos. O espaço para a minha conta do picassa esta quase acabando, e eu não tenho ideia a quantas anda o espaço aqui do blog.
Outro ponto é que o processo de postar as fotos é um tanto chato, independente do método escolhido. Eles ainda não acertaram a formula para deixar a coisa toda realmente amigavel.

Mas de volta a Kansai.
Como não pude ver tudo o que eu queria em um dia, voltei a Kyoto na manhã seguinte para terminar a visita. Dessa vez o Fábio me acompanhou no turismo e pudemos conversar bastante no caminho.
A primeira parada foi o famosíssimo Kinkaku-ji. O pavilhão data de 1397 e os andares superiores são todos cobertos de ouro.
Uma vista impressionante.



Em seguida passamos em Kamigamo-jinja, uma das mais mais antigas do Japão tendo sido construída em 679 e dedicada a Raijin, o deus do trovão (mais conhecido como Raiden-sama... isso mesmo, aquele do Mortal Kombat :).
Também conhecida pelo "Haiden Hall" que atualmente é uma reconstrução do original.




No dia estava ocorrendo um exame de faixas em frente aos dois montes de areia; que simbolizam duas arvores sagradas que costumavam servir de boas-vindas aos espíritos.



Kinkaku-ji e Kamigamo-jinja estão na parte norte de kyoto e relativamente perto um do outro. Ambos ficam um tanto longe da estação de kyoto, à qual voltamos para pegar o trem rumo a Nara.

Nara não é muito grande, e suas principais atrações podem ser vistas em menos de um dia de caminhada. Particularmente acredito que um dia inteiro seja mais adequado para aproveitar o lugar com calma.
Como foi a capital do Japão entre 710 e 784, e por abrigar a maior estátua de Buda do Japão, sem dúvida merece uma visita.




Passamos primeiro por Kōfuku-ji, e vários templos budistas de grande importância.



Um fato curioso é que os animais ficam completamente livres por toda a cidade. Há muitas barracas que fazem dinheiro vendendo caríssimas bolachas para que os visitantes os alimentem.



Abaixo o Daibutsu-den, que abriga a estátua do Buda.



O prédio eh gigantesco, realmente impressionante em comparação com as estruturas que eu havia visto até então.



Uma foto tirada a muito custo. Tive que usar diversas funções obscuras da minha câmera para vencer o misto de luz e trevas no qual a estátua do iluminado repousa.



Acima um samurai todo em madeira e com um pincel ao invés de uma espada. :)

Depois do Daibutsu-den fomos ver as infinitas lanternas de Kasuga Taisha.



Já no final do dia, voltamos para a estação de Kyoto para pegar o trem para Ashiya.

No próximo post eu coloco as fotos que tirei quando fui visitar o Castelo de Himeji no dia seguinte.

My complete album about Nara: