sexta-feira, janeiro 05, 2007

明けましておめでとうございます!

Para não deixar passar em branco uma das épocas mais importantes do calendário japonês, vou postar algumas fotos do ano novo; mais precisamente o primeiro de Janeiro, ou em Japonês: 正月 (shougatsu).
No primeiro dia do ano, multidões de japoneses se deslocam até os templos mais próximos para fazerem seus respectivos votos e pedidos para o ano que se inicia.
Como não podia deixar passar a oportunidade, acompanhei o pessoal do dormitório nesse ritual tão importante. De modo que 1 da manhã do dia 1 de janeiro, estávamos todos agasalhados, encapuzados, luvas em punho e agasalhados uma segunda vez pois estava frio o suficiente para exigir umas duas camadas de roupas, caminhando pelas ruelas estreitas que ainda constituem a maior parte do panorama urbano de Tokyo.
Conforme avançávamos, muitas outras pessoas confluíam em direção ao mesmo templo para o qual estávamos indo.
Tal qual afluentes que desaguam em um rio principal, que por sua vez desagua em outro ainda maior e cujo destino final é um amplo e turbulento mar de pessoas vindas de vários pontos da região. (Ok, as vezes os rios desaguam em lagos, ou mesmo pântanos. Mas ai a analogia não faria muito sentido)


Tenham em mente que esse é um templo pequeno, de um bairro não tão famoso, mas que ainda assim estava fervilhando de gente.



Ao passar pelo arco, toca-se um grande sino.

Com certeza há algum propósito ritualístico muito importante por tras disso, além do fato de que é divertido fazer barulho com um sino do tamanho de uma melancia. :)


No final do caminho, o templo em si: três palmas, uma prece, e o pedido de ano novo.
E logo na saída, é servido um pouco de sake bem quentinho para aquecer o espírito.

Não satisfeito, resolvi passar pelo templo mais visitado durante esse ritual de início de ano; Meiji-Jingu

Trata-se do templo erigido em homenagem ao Imperador Meiji e sua esposa.

Decidi que um bom trajeto a percorrer seria descer na estação de Shibuya e aproveitar para conhecer o lugar, tão famoso pelas TVs do tamanho das laterais dos prédios nos quais ficam.

Um cruzamento no centro de Shibuya



Imaginei que uma forma rápida e agradável de se chegar a área do templo seria cortar caminho através do parque Yoyogi.

De fato, pelo mapa e foto do GoogleMaps parece ser uma boa idéia... ledo engano.

Atentem para a tênue linha cinza-claro que corta o parque ao meio no mapa a direita. Essa demarcação quase imperceptível, e totalmente invisível na foto a esquerda, constitui na verdade uma barreira intransponível de cercas e árvores centenárias, com nenhuma passagem de acesso as imediações do templo. De modo que fui obrigado a dar a volta completa em torno de todo o parque para alcançar a entrada.

O lugar estava lotado. O numero relativamente reduzido de pessoas nas entradas não faz justiça a massa que se encontrava dentro dos domínios do templo.


Grupos de dezenas de pessoas tinham a entrada permitida em turnos de alguns minutos, durante os quais podiam fazer suas orações, e algumas doações para o templo.









A baixa qualidade do vídeo acima não permite visualizar muito bem a chuva torrencial de moedas, de todos os valores, sendo arremessadas para o recipiente de doações.

Na saída, incontáveis lojas vendendo lembranças do templo e amuletos de boa sorte e prosperidade.










A experiência foi boa, embora tenha sido necessário quebrar uma das minhas próprias regras, que é: nunca visitar lugares famosos em temporada.
E se possível evitar os fins-de-semana. Kamakura foi um bom exemplo: éramos praticamente os únicos visitantes... tinhamos o lugar todo só para nós ( e os habitantes locais obviamente).
Imagino que numa segunda vez eu me contentaria em fazer a visita anual apenas ao tempo mais próximo, com os amigos mais chegados, e uma bebida quente nos aguardando no final do caminho.

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