No Parque Imperial

Hoje o dia começou moroso. Sabe aqueles dias em que o frio lhe convida a ficar de baixo das cobertas, e um feriado só vem lhe dar justificativa pratica para continuar na cama?
Aproveitei a manha para por em dia algumas de minhas leituras da faculdade, li emails, respondi outros. Já na hora do almoço fui a cozinha preparar algo para apaziguar meu estômago que rugia em protesto.
O tempo do lado de fora estava então um frio gostoso, daqueles que exigem uma blusa mas não lhe fazem tremer a cada sopro de vento.
Decidi então sair para visitar algum ponto interessante de Tokyo. Não que a decisão tenha sido de todo espontânea, nos dias anteriores eu já havia planejado dois ou três passeios, rotas mais em conta pelo metro, gastos aproximados e tempo total...
Então, nesse impulso planejado, escolhi ir conhecer o palácio imperial de Tokyo.
Para chegar lá, desci na estação Otemachi, que por si só merece algumas linhas nesse texto. Otemachi é a maior estação de Tokyo e andar dentro dela é como caminhar dentro de um gigantesco labirinto tridimensional. Felizmente um labirinto muito bem sinalizado.
Logo na saída (uma das muitas saídas espalhadas pela região) passei em frente a antiga estação de Tokyo; aberta em 1914, quase toda destruída do bombardeio de 1945, reconstruída e recentemente em reformas.

Rumo ao palácio imperial, seguindo meu fiel mas não muito preciso mapa turístico, dou de encontro com uma muralha de pedra com vários metros de altura, cercada até onde a vista alcança (não muito longe considerando a poluição, comum do ar de Tokyo) por um fosso de vários metros de largura.
Obviamente, turistas não são muito bem vindos dentro das propriedades imperiais. De fato, é possível visitar o lado de dentro daquelas muralhas em dois dias particulares do ano: O aniversário do imperador, e no ano novo (2 de Janeiro).
Para minha felicidade, os jardins imperiais são abertos ao publico em geral, e pude fazer um passeio bem agradável com varias fotos como recompensa.
O parque é enorme, a grama rente e bem cuidada, as arvores como bonsais de grande porte.



Enquanto caminhava pelo jardim com arvores surrealmente parecidas com bonsais, vendo ao longe as intransponíveis muralhas de pedra (nem tanto... muitas tinham escadas de servico :), e com as antigas construções servindo como pano de fundo, mais de uma vez senti uma mistura de admiração e tristeza.
Admiração pela grandiosidade do lugar; tristeza pois meus amigos nao estavam ali comigo para compartilhar do momento. (As comparações com jogos de computador e comentários hilários seriam inevitáveis :)




Com a proximidade do inverno, e o dia se tornando mais e mais curto, fui presenteado durante a tarde com um belo por-do-sol.