segunda-feira, abril 09, 2007

Anêmona dançante.

Fui visitar Harajuku aqui em Tokyo esses dias e me lembrei de um post no Blog de meu amigo Aristóteles que esta na Franca: "Artistas de rua que valem a pena!"
Aproveitei meu recém comprado cartão de memoria e filmei alguns segundos da apresentação:

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Mas nem sempre entretenimento é o principal resultado dessas exposições artísticas.
Citando um exemplo recente; No primeiro dia de aula desse semestre Waseda já estava fervilhando de gente, especialmente devido aos novos alunos.
Um problema com esse cenário é a dificuldade de se encontrar um local sossegado para almoçar. Cadeiras e mesas ocupadas por todo o campus, filas para o microondas, filas para os banheiros... um pandemonio.
Após boa parte do meu horário de almoço ter sido consumida em minha busca por tranquilidade, eis que me deparo com um lugar ideal.
Um canto amplo, no segundo andar, em frente as salas de aula e com uma fileira longa de bancos vagos. O local estava vazio, exceto por um sujeito sentado no centro remexendo em sua mochila.
"Ok... qual é a pegadinha?" pensei.
Me ajeitei em um dos bancos e comecei a abrir o meu almoço quando o sujeito sentado no chão dá um salto súbito para trás, em uma cambalhota um tanto desajeitada.
Pude ouvir meu subconsciente dizendo em tom sarcástico: "Haha.. eu bem que te avisei!"
Após mais algumas piruetas e giros pude deduzir que ele deveria:

a) Estar praticando para alguma apresentação de "breake"...e de fato ele precisava do treino.
b) Desenvolvendo uma versão solo de Capoeira... talvez algo equivalente ao boxeador que treina com a própria sombra.
No caso a sombra dele parecia estar ganhando a briga com larga vantagem.

A situação era desconfortável... percebi o porque de não haver ninguém ali além dele, e tive minhas suspeitas confirmadas quando um grupo de estudantes se retirou após presenciar algumas acrobacias do artista.

Eu por minha vez estava satisfeito. Sim... a performance do rapaz era embaraçosa, mas funcionava como um "agente anti-multidão"; bem ao estilo "peixe-das-anémonas". Além do que, ignorar uma pessoa é muito mais fácil do que ignorar uma turba de vikings famintos.



P.S: Para quem leu o post do Aristóteles e esta imaginando a que flautistas peruanos ele se refere, aqui vai outro vídeo, que gravei em Shinjuku:
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Aparentemente eles estão em todo o mundo. :)

Um comentário:

Aristóteles Nogueira Filho disse...

é, não é moleza não...

acabo de confirmar com o cara aqui do Hostel que os peruanos também existem aqui na Hungria e na Austria. Segundo ele: "são argentinos ou chilenos com roupas de nativos americanos" hahhaha, quem sabe!!!

abraços!